segunda-feira, 15 de outubro de 2007

3 - A Bossa Nova conquista os EUA - 6ª parte

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6ª parte

Também em 1970, João Gilberto está no México e grava mais um disco sensacional: JOÃO EN MÉXICO. As músicas desse disco são: De conversa em conversa, um samba maravilhoso de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa, a clássica Ela é carioca, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, tem a maravilhosa música O sapo, de João Donato, numa versão instrumental, que mais tarde se tornaria A rã, tem a bela e rara Esperança perdida, de Tom Jobim e Billy Blanco, tem a instrumental João Marcelo, composição feita pelo próprio João Gilberto, tem Farolito, música em espanhol, tem a belíssima Astronauta, também conhecida como Samba da pergunta, do Marcos Vasconcelos e do Pingarrilo, tem Acapulco, também instrumental, tem a bela Besame mucho, um grande clássico do bolero, também cantada em espanhol, tem a bela Eclipse, música cantada em italiano e no final tem uma versão em português da maravilhosa Trolley song.


Em 1971, Tom Jobim faz mais dois discos maravilhosos nos EUA: o primeiro se chama TIDE e as músicas eram: uma versão antológica instrumental de Garota de Ipanema, a clássica Carinhoso, de Pixinguinha, Tema Jazz, um samba jazz maravilhoso, Sue Ann, Remember, a bela Tide, Takatanga, Caribe e Rocknália, todas instrumentais e todas só do Tom. O disco teve os arranjos, espetaculares por sinal, feitos pelo Eumir Deodato. Esse disco também foi uma espécie de continuação do WAVE, já que Wave significa onda e Tide significa maré.
O outro disco de Tom no ano é uma participação em mais um disco de Frank Sinatra, que se chama: SINATRA & COMPANY. Tom Jobim participa das sete primeiras músicas, que são todas dele e arranjadas por Eumir Deodato, as outras sete, são músicas de autores americanos, com arranjos de Don Costa. As músicas do Tom são: Drinking Water ( Água de beber) - com Frank Sinatra cantando trechos da música em português, Someone to light up my life( Se todos fossem iguais a você), Triste, Don't ever go away ( Por causa de você), This happy madness( Estrada branca) - a mais emocionante do disco, Wave e One note samba ( Samba de uma nota só).
Em 1972, Eumir Deodato vira um sucesso mundial com a sua antológica gravação disco funk eletrônica de Also Sprach Zaratrusta, música tema do filme 2001: Uma odisséia no espaço. Com essa gravação começou a era disco-funk, que dominaria todos os anos 70.
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Em 1973, Tom lança mais um disco histórico: MATITA PERÊ é o início da fase ecológica de Tom, que vai acompanhá-lo até a sua morte. O disco é uma maravilha, por não ter achado gravadora no Brasil querendo gravar o disco, Tom vai mais uma vez aos EUA lançar um disco. Quando termina a gravação Tom é aplaudido por todos que assistiram, de pé. Anos depois Tom fala que se não tivesse gravado esse disco terminaria velho cantando Garota de Ipanema num circo. As músicas do disco são: a fenomenal Águas de Março, que era a segunda gravação dessa música e que pouco depois se transformaria num clássico mundial, a bela Ana Luiza, a também fenomenal Matita Perê, que foi totalmente inspirada em Guimarães Rosa, Tempo do Mar, a também bela Mantiqueira Range, um forró bem inspirado de seu filho Paulo Jobim, Crônica da casa assassinada, do filme do mesmo nome, que se divide em quatro músicas: Trem pra Cordisburgo, Chora Coração, Milagres e Palhaços e O Jardim Abandonado, o disco ainda tem as músicas Um rancho nas nuvens e Nuvens Douradas.
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Também em 1973, João Gilberto lança um dos seus melhores discos, com seu próprio nome: JOÃO GILBERTO. Nesse disco, João foge um pouco das músicas da Bossa Nova, gravando mais compositores antigos como Ary Barroso, Geraldo Pereira, Haroldo Barbosa e Herivelto Martins, além dos conterrâneos Caetano Veloso e Gilberto Gil. As músicas desse disco são: uma gravação sensacional da então nova Águas de Março, de Tom Jobim, Undiú, uma composição instrumental do próprio João Gilberto, depois tem uma gravação antológica instrumental de Na baixa do sapateiro, de Ary Barroso, depois tem Avarandado, de Caetano Veloso, depois tem a sensacional Falsa Baiana, de Geraldo Pereira, depois tem Eu quero um samba, do Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, que virou um clássico na voz de João, depois tem a bela Eu vim da Bahia, do Gilberto Gil, depois tem Valsa (Como são lindos os youguis), uma música instrumental composta pelo próprio João Gilberto em homenagem a filha Bebel Gilberto, que então tinha 7 anos de idade, depois tem a sensacional É preciso perdoar, de Carlos Coqueijo e Alcivando Luz e fechando o disco Izaura, do Herivelto Martins.

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