sábado, 26 de abril de 2008

7 - A Bossa Nova hoje - 2ª parte



2ª parte

Ainda no ano 2000, sai o aguardado disco JOÃO, VOZ E VIOLÃO, do João Gilberto. Tinha nove anos que ele não lançava um disco em estúdio. O disco foi dirigido por Caetano Veloso. A capa do disco mostra o rosto da atriz Camila Pitanga fazendo sinal de silêncio para uma platéia imaginária. Podia ser um recado aos jecas novos-ricos que, em 1999, o vaiaram no Credicard Hall, em São Paulo, e para quem ele mostrou a língua e cantou Vaia de bêbado não vale, num show ao lado de Caetano Veloso. Esse disco recebeu muitas críticas aqui no Brasil, por ser mais um disco de banquinho e violão do João Gilberto, ter mais uma vez gravações de músicas como Chega de saudade e Desafinado, e especialmente sua voz falhar em algumas faixas, coisa que parecia impossível. Mas nesse disco foi o primeiro disco de estúdio nesse formato – só João e o violão, sem orquestra. Também ninguém acusava Frank Sinatra de gravar pela milésima vez Night and day, porque acusam o João de regravar Chega de saudade e Desafinado? Ainda porque mais de uma geração inteira, não tinha ouvido a gravação original dessas músicas. Por coincidência, esse disco que recebeu várias críticas no Brasil, recebeu o Grammy de World Music, nos Estados Unidos, fazendo com que o João ganhasse seu sétimo Grammy, recorde no Brasil. As faixas desse belo disco são: a bela Desde que o samba é samba, de Caetano Veloso, sendo a primeira gravação do João dessa música, a maravilhosa Você vai ver, música do Tom, que também o João não tinha gravado, o bolero Eclipse, de Lecuona, a rara Não vou pra casa, de Antonio Almeida, a eterna Desafinado, a bela Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, a maravilhosa Coração vagabundo, de Caetano Veloso, a também bela Da cor do pecado, clássico de Bororó, a bela Segredo, de Herivelto Martins e Marino Pinto e no final mais uma gravação de Chega de saudade. Como disse Caetano Veloso: “Melhor do que isso só mesmo o silêncio, melhor do que o silêncio só João.”

Também em 2000, sai o belo disco WANDA SÁ & BOSSA TRÊS, com o lendário grupo Bossa Três e a cantora Wanda Sá. O cd é primeiro lançado para o mercado japonês e depois chega ao Brasil. O cd privilegia mais algumas canções raras da Bossa Nova, mas têm alguns clássicos também. As músicas do cd são: Errinho à toa, da dupla Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli, Deixa a nega gingar, de Luiz Cláudio de Castro, Casa forte, do Edu Lobo, um medley, com Se é tarde me perdoa, de Carlos Lyra, Pra machucar meu coração, de Ary Barroso e Palpite Infeliz, de Noel Rosa, depois tem a maravilhosa Brisa do mar, de João Donato, Light my fire, da banda de rock The Doors, a mais surpreendente do disco, que foi uma espécie de agradecimento, já que o baixista do The Doors já declarou várias vezes que as músicas da banda foram inspiradas na Bossa Nova, Pode ir, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, uma versão funk de Zazueira, de Jorge Ben Jor, um medley com Moonlight, de John Willians e com Garota de Ipanema (de novo!), um outro medley com as belas Estrada do sol e Foi a noite, Amor até o fim, do Gilberto Gil, Canção que morre no ar, também de Carlos Lyra, Zanga, zangada, também do Edu Lobo e no final um medley com as sensacionais Two kites, Fotografia e Eu preciso de você, todas do nosso maestro soberano Antônio Carlos Jobim. Esse disco também marca a despedida do fantástico contrabaixista Tião Neto, morto em 2001 e do pianista Luiz Carlos Vinhas, morto em 2002.

Também em 2000, sai pela Trama o também belo disco PROJETO ARTISTAS REUNIDOS, um disco ao vivo que reúne o chamado projeto artistas reunidos, que reúne: Max de Castro e Wilson Simoninha, filhos de Wilson Simonal, Pedro Mariano, filho de Elis Regina e César Camargo Mariano, Jairzinho Oliveira e Luciana Mello, filhos de Jair Rodrigues, e Daniel Carlomagno, o úníco sem ascendência na MPB. O disco é como um "abre-alas" para essa turma, que veio sacudir a música brasileira, com um pé na música dos pais nos anos 60 e 70, e com o outro no século XXI. As músicas do disco são: um medley, que mistura Aqui nesse pedaço, do Daniel, do Simoninha e de Jairzinho, Samba da minha terra, de Dorival Caymmi, Qual mentira vou acreditar, de Mano Brown, Samba de uma nota só, do Tom e do Newton Mendonça, De noite na cama, de Caetano Veloso, Você não entende nada, também de Caetano e Zazueira, de Jorge Ben Jor, depois ainda tem a sensacional Simples desejo, do Daniel e do Jairzinho, Mais um caso, só do Daniel, Histórias complicadas, de Max de Castro, Disritmia, do Jairzinho, Só chamar, do Daniel, do Pedro e do Jairzinho, Tributo a Marthin Luther King, do Wilson Simonal e de Ronaldo Boscoli, Calados, do Jairzinho, Pedra sobre pedra, do Daniel, Tropical melancolia, do Max de Castro, Morena paulista, do Jairzinho, Livre para viver, do Cláudio Zoli e Bebete Vãobora, de Jorge Ben Jor. Realmente essa turma mostrou que veio para ficar.

Também em 2000, sai o primeiro disco de Wilson Simoninha, também pela Trama, chamado de VOLUME 2, as músicas do disco são: Vinheta, Mas que nada (com uma vinheta da primeira gravação dessa música), Bebete Vãobora, cantada com o Jairzinho, que coloca um rap no meio da música, É isso que dá, do Jairzinho, Música romântica, do Max de Castro, com participação do Pedro Mariano, Agosto, também do Max, a clássica Nanã, misturada com um rap maravilhoso feito pelo Camorra, Aquele Gol, do próprio Simoninha, que é um "baião eletrônico", a bela Lua clara, também do Simoninha, Ter você, do Daniel Carlomagno, Vou buscar, Orgulho, as duas também do Simoninha, Flor do futuro, de Cláudio Zoli e a sensacional Eu e a brisa, de Johnny Alf.

No dia 26 de junho de 2000, morre o grande cantor Wilson Simonal, ele já estava doente e não resistiu. Ele que acabou morrendo meio que no ostracismo, conseguiu acompanhar pelo menos um pouco do sucesso de seus filhos Max de Castro e Wilson Simoninha. Realmente vai ficar na memória por seu jeito todo suingado de cantar que deu início a chamada pilantragem.

Ainda em 2000, sai também pela Trama o sensacional disco LEMBRANÇAS, do mestre do violão Baden Powell. As músicas do disco são: As pastorinhas, de Noel Rosa, Inquietação, de Ary Barroso, Molambo, de Jayme Florence, Falei e disse, do próprio Baden, com o Paulo Cesár Pinheiro, Dora, de Dorival Caymmi, Linda flor, de Henrique Vogeler (que é o primeiro samba-canção), Maria, também de Ary Barroso, Minha palhoça, de J. Cascata, Branca, de Zequinha de Abreu, Mágoas de cabloco, também de J. Cascata e O astronauta, do próprio Baden com o Vinícius de Moraes.

O cd acabaria sendo histórico, pois Baden Powell morreria alguns meses depois, no dia 26 de setembro de 2000. Foi uma perda enorme para a música brasileira e mundial, pois não tinha ninguém que tocava um violão como Baden.

Também no ano 2000, a cantora Claudette Soares lança o disco: CLAUDETTE SOARES AO VIVO, mostrando músicas de várias fases na sua carreira, não sendo só de Bossa Nova. O disco também tem várias participações, as músicas do disco são: De tanto amor, Teletema/Ao redor/Meia volta/Juliana, Lágrimas por dentro, um pout-porri envolvendo: Registro, Ao amigo Tom e De palavra em palavra, com o Roberto Menescal, depois tem A volta, Bom tempo, Autonomia, Primavera, Hoje, Coisas, Razão de viver/Tristeza de nós dois, Como é grande meu amor por você, Fotografia/Demais, com a Cláudia Telles, Eu gosto mais do Rio, O que é amar, O cravo brigou com a rosa/Que maravilha, com o Jorge Ben Jor, Mundo novo, vida nova, Acontece, Tudo se transformou, Se eu pudesse dizer que te amei, Quando eu errei, Cenário e Jogando conversa dentro.

Em 2000, também sai o novo disco do Azimuth, chamado BEFORE WE FORGET, as músicas do disco são: Equipe 68, Antes que esqueça, Folgada, Rosaile, Araruama, Raspa do tacho, Castelo, Valsa for US, Tropical rain, Tempos do Paraná, Antes que esqueça/Organ Prelude e Castelo.

Também em 2000, sai nos EUA o sensacional disco AMAZONAS, do João Donato. As músicas do cd são: Sambolero, Amazonas, Glass beads, Aquarius, Alegria para contar, Mentiras, Sugar cane breeze, Coisas distantes, A rã, Like nanai, Everyday, Brisa do mar, Tardes de verão, Os caminhos, Fim de sonho, O fundo, Café com pão e Bananeira.

Também o ano 2000 foi o ano de relembrar os 20 anos da morte do poetinha Vinícius de Moraes e saem dois discos maravilhosos. O primeiro deles foi A ARTE DO ENCONTRO, juntando o MPB-4 e o Quarteto em Cy. As músicas do disco são: Samba pra Vinícius, Minha namorada/Primavera, Chega de saudade, Berimbau/Canto de Ossanha, Samba em prelúdio/Apelo, Lamento no morro/Anoiteceu, Odeon, Samba do carioca/Sabe você, Mais um adeus/Regra três/Samba da volta, Arrastão, Garota de Ipanema, Se todos fossem iguais a você/Eu sei que vou te amar, o medley chamado suíte esperança com as músicas: Tempo feliz/A felicidade/Marcha da Quarta-feira de Cinzas/Deixa/Frevo do Orfeu, que é o melhor momento do disco e no final 20 anos depois de morto, Vinícius de Moraes volta a se intitular "o branco mais preto do Brasil" no Samba da benção.

O segundo foi o espetacular TOM CANTA VINÍCIUS, o disco saiu de um show ao vivo que o Tom Jobim fez ao lado da sua Nova Banda em 1990, na época para relembrar os 10 anos da morte de Vinícius de Moraes. O cd é realmente maravilhoso e as músicas do disco são: Soneto da separação, Valsa de Eurídice, só do Vinícius, tirada do Orfeu da Conceição, a bela Seranata do adeus, também só do Vinícius, Medo de amar, também só do Vinícius, essas duas tiradas do disco CANÇÃO DO AMOR DEMAISdepois tem a clássica Insensatez, numa interpretação maravilhosa, Poética, um poema do Vinícius declamado pelo Tom, Eu não existo sem você, Derradeira Primavera, Modinha, cantada pelo Danilo Caymmi, a clássica Eu sei que vou te amar, um medley com a belíssima Carta ao Tom, do Toquinho e do Vinícius e Carta do Tom, que é a resposta do Tom, a sempre emocionante A felicidade, cantada pelo Danilo Caymmi, Você e eu, Samba do carioca, as duas o Vinícius fez com Carlos Lyra, Ela é carioca, uma versão meio japonesa de Garota de Ipanema, com direito a um “arigatô” do Tom, e no final "uma valsinha com sabor meio parisiense" como disse o Tom, que é a maravilhosa Pela luz dos olhos teus. No show, Tom também fala um versinho que fez para Vinícius: "Meu Vinícius de Moraes, não consigo te esquecer. Quanto mais o tempo passa, mais me lembro de você. Cadê meu poetinha? Cadê minha letra, cadê? Morro nesse piano de saudades de você."

Também em 2000, aqui no Brasil sai três discos que fazem homenagem conjunta a dois mestres: Gershwin e Tom Jobim. O primeiro deles é PARA GERSHWIN E JOBIM, de Mário Adnet. As músicas desse disco são: I got rhythm, do Gershwin, A american no samba, do próprio Mário, Desafinado, em português e inglês, a bela Jobim in heaven, Chorojazz, as duas também de Mário, a maravilhosa e clássica Love is here to stay, também do Gershwin, Pedra bonita, Antônia, as duas também do Mário, a clássica Tico tico no fubá, de Zequinha de Abreu, Song of Isabella, Planeta azul e Trote da raposa, as três também do Mário. O cd também tem participação de Joana Adnet, filha do Mário.

O segundo deles é o cd: PAULO MOURA VISITA GERSHWIN E JOBIM, do Paulo Moura. Esse foi um cd ao vivo. As músicas desse disco são: um pot-pourri espetacular que reúne: Rapsody in blue, Samba do Avião, Só danço samba e I got rhythm, depois tem Surfboard, Água de beber, Falando de amor, Prelúdio II, Lady be good, I've got plent o'nuttin, The man I Love, Embraceable you, a clássica Summertime e no final um pot-pourri também sensacional só com músicas do Tom: Esse seu olhar, Eu sei que vou te amar, Eu não existo sem você e Se todos fossem iguais a você.

E o terceiro cd é: PARA GERSHWIN E JOBIM 2 KITES, também do Mário Adnet, que serve como continuação do seu disco anterior. As músicas do disco são: um medley que junta as clássicas e belas: Rapsody in blue e Samba do Avião, depois tem a sensacional Surfboard, Na mesma direção, do próprio Mário, But not for me, cantando ao lado da filha Joana, a também sensacional Chansong, cantando ao lado do filho do Tom Paulo Jobim, Bate boca, Someone to watch obver me, também cantando ao lado da filha, a também sensacional Two kites, Desafinada, também do Mário, cantando ao lado da Joyce, com referências ao clássico Desafinado, do Tom e do Newton, Fascinating rhythm, que o Tom gravou no seu disco PASSARIM, Acho que vai ficar bom, também do Mário, a rara Valsa do porto das Caxias, do Tom e Xotistrote, também do Mário.

No final de 2000, sai para o mercado japonês, o belíssimo disco TUDO BONITO, da Joyce com o João Donato. As músicas do disco são: a sempre sensacional Bananeira, a bela Prossiga, parceria dos dois, Adolescência, a nostálgica Anos 30, o afro-samba de Canto de Yemanjá, rara e bela parceira de Baden e Vinícius com citação de música de Dorival Caymmi, o belo bolero de Drume negrita, Lamarca na gafieira, Falta de ar, do João Donato, a clássica Só tinha de ser com você, Galã tantã, a latina Sambou, sambou, do João Donato e a belíssima Tudo bonito.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

7 - A Bossa Nova hoje - 1ª parte





1ª parte


Em 1998, ano dos 40 anos da Bossa Nova, o Brasil ainda está imerso em um desastre na sua música. Surgem novos ritmos passageiros como o chamado Forró universitário, que na verdade é um forró bem mixuruca, aparecem então grupos como Falamansa e Rastapé.

Mas ao mesmo tempo aparece uma mania de Bossa Nova no Brasil, a Bossa Nova volta a ser trilhas de novela, volta a tocar no rádio, talvez pela febre da Bossa Nova na Europa, vários jovens brasileiros descobrem o ritmo e se apaixonam.

Nesse mesmo ano, sai o songbook do Marcos Valle, com grandes nomes da música brasileira interpretando as músicas de Marcos. O Cd é um disco duplo e tem as músicas: Disco 1 - Samba de verão, Passa por mim, Terra de ninguém, Rocking`you eternally, Black is Beautiful, O amor é chama, Pigmalião, Quarentão simpático, Seu encanto, Ao amigo Tom, Dia de vitória, Dorme profundo e Adam`s Hotel. Disco 2 - Preciso aprender a ser só, Bloco do eu sozinho, Sonho de Maria, Eu, Capitão de indústria, Mustang cor de sangue, Azimuth, E vem o sol, Gente, Os grilos, Viola Enluarada, Minha voz virá do sol da América e Campina grande. O Cd tem participação de nomes como: Caetano Veloso, Gal Costa, Ed Motta, João Bosco, Roberto Menescal, Wanda Sá, Emílio Santiago, Eumir Deodato, Maria Bethânia, Chico Buarque, Edu Lobo, Johnny Alf, Joyce, etc.

Também em 1998, sai o disco CASA DA BOSSA, um Cd ao vivo com grandes duetos de músicos brasileiros, sendo Bossa Nova ou não. As músicas do disco são: O barquinho/Vagamente/Você, com o Pery Ribeiro e a Rosana, Ilusão à toa, com Johnny Alf e Fafá de Belém, Samba de verão, Marcos Valle e a Patrícia Marx, Desafinado/Astronauta, com a Wanda Sá e o Zé Renato, Tristeza de nós dois/Estamos aí/Batida diferente, com Leny Andrade e Emílio Santiago, Pra você, com Sílvio César e Elba Ramalho, Lobo bobo, com a Sandra de Sá e o Wilson Simonal, sendo a melhor gravação do disco, Corcovado, com Os cariocas e a Ithamara Koorax, Este seu Olhar/Só em teus braços, com a Nana Caymmi e o Erasmo Carlos, Primavera/Sabe você, com a Alaíde Costa e a Joyce, Nanã, com o Zimbo trio e o Márcio Montarroyos, Chega de saudade, com o Quarteto em CY e o Frejat, do Barão Vermelho, Balanço Zona sul, com o Tito Madi e a Cláudia Telles e Mocinho bonito/Você e eu/Fotografia, com o Léo Jaime e a Dóris Monteiro.

Ainda em 1998, sai uma caixa com quatros CDs chamada: 40 ANOS DE BOSSA NOVA, uma caixa comemorativa do aniversário da Bossa Nova. As músicas dos discos são: Disco 1- Amanhecendo, Onde está você, Desafinado, Este seu olhar, Samba do Avião, Inútil Paisagem, Samba em prelúdio, Se todos fossem iguais a você, Rapaz de bem, Aleluia, Noite dos mascarados, Garota de Ipanema, Eu sei que vou te amar e Céu e Mar.

Disco 2 - Terra de ninguém, Só tinha de ser com você, Quem quiser encontrar o amor, Chove chuva, Sonho de um carnaval, O amor em paz, Chora tua tristeza, Por toda minha vida, Nós e o mar, Deixa, Pra machucar meu coração, Antes e depois, Nanã e Primavera.

Disco 3 - A felicidade, Preciso aprender a ser só, Menina flor, Onde está você, Nós e o mar, Também quem mandou, Consolação, Canta, canta mais, Reza, Corcovado, Mulher passarinho, Balanço zona sul, Derradeira primavera e Você.

Disco 4 - Estrada do sol, A noite do meu bem, Influência do jazz, O barquinho, Tristeza de nós dois, Vem, Estamos Aí, Estou só, Berimbau, Balanço zona sul, Sou sem paz, Samblues, Ternurinha e Manhã de carnaval.

Os CDs têm músicas interpretadas por grandes nomes da música brasileira como: Agostinho dos Santos, Wanda Sá, Cesár Camargo Mariano, Alaíde Costa, Zimbo trio, Tom Jobim, Toquinho, Maysa, Elis Regina, Marcos Valle, Jorge Ben, Dick Farney, Edu Lobo, Chico Buarque, MPB-4, entre outros.

Ainda em 1998, nos Eua, sai o disco BOSSA NOVA MEETS DRUM`N`BASS, da Ithamara Koorax, as músicas do cd são: Wave, Summer samba, Corcovado, Morning of carnival, Minha saudade, Garota de Ipanema, How insensitive, Desafinado, Os grilos e Browday Bossa Nova.

Em 1998, também é o ano que sai em Cd o histórico disco: CANÇÃO DO AMOR DEMAIS, da Elizeth Cardoso, lançado em vinil em 58, também para comemorar os 40 anos da Bossa Nova.

No final de 1998, João Marcello Boscoli, filho da Elis Regina e do Ronaldo Boscoli, junto com os irmãos Cláudio e André Szajman, amigos desde a infância montam uma gravadora. Mas não uma gravadora qualquer, e sim uma companhia que revelasse novos talentos da música brasileira e resgatasse a carreira de artistas deixados de lado pela mídia. Com isso surgiu a gravadora Trama. Os idealizadores tinham em mente ocupar um vácuo cultural e mercadológico negligenciado pelas majors do setor, excessivamente voltadas para a produção padronizada de música. Essas companhias ignoraram, durante mais de uma década, a diversidade da música brasileira e os anseios do público consumidor, responsável pelo sexto maior mercado mundial.

Em 1999, sai o belo disco SÓ DANÇO SAMBA, de João Donato, só com músicas de Tom Jobim. As músicas do disco são: Só danço samba, Corcovado, Samba de uma nota só, Caminhos cruzados, Garota de Ipanema, Vivo sonhando, Meditação, Fotografia, Amor em paz, Ela é carioca, Outra vez, Brigas nunca mais, Triste e Wave.

Também em 99, sai o songbook do João Donato, as músicas dos discos são: Disco 1 - Simples carinho, Brisa do amor, Nua idéia, Bananeira, Mentiras, Maria surpresa, Coisas distantes, Emoriô, Nasci para bailar, Os verbos do amor, Sambou sambou, Fim de sonho, Cadê você e Muito a vontade.

Disco 2 - Até quem sabe, O fundo, A rã, A bruxa de mentira, Café com pão, Terremoto, É proibido afinar o piano, Chorou chorou, Nossas últimas viagens, Amor perfeito, Sambolero, Os caminhos, Quem diz que sabe e Doralinda.

Disco 3 - Minha saudade, Depois do natal, A paz, Naturalmente, Everyday, Gaiolas abertas, Daquele amor nem me fale, Amazonas, Flor de maracujá, Entre um sim e um não, Lua dourada, Lugar comum, Fonte da saudade e O escafandrista.

Os três CDs têm participação de músicos como: Leny Andrade, Os cariocas, Leila Pinheiro, Ed Motta, Djavan, Gilberto Gil, Johnny Alf, João Bosco, Miúcha, Marcos Valle, Caetano Veloso, Ivan Lins, Joyce, J. T. Meirelles, Edu Lobo, Chico Buarque, Gal Costa e outros.

Ainda em 99, sai o belíssimo disco VIVENDO VINÍCIUS AO VIVO, com o Baden Powell, Carlos Lyra, Toquinho e Miúcha, numa bela homenagem ao poetinha Vinícius de Moraes.

As músicas do disco são: Disco 1 - Samba pra Vinícius, Tarde em Itapuã, A felicidade, Cartão de visita, Berimbau, Samba de Orly, Pela luz dos olhos teus, Você e eu, Valsa de Eurídice, Mais um adeus, Minha namorada, Tua imagem, O amor em paz e Formosa.

Disco 2 - Cântico lamento/Consolação, Sabe você, A casa/O pato/A tonga da mironga do kabuletê/Cotidiano n.º 2, Regra três, Eu sei que vou te amar, Variações bachianas de Baden Powell, Coisa mais linda/Pau de arara, Aquarela, Samba em prelúdio, Primavera, Serenata do adeus/Valsinha, Garota de Ipanema, Marcha da Quarta-feira de cinzas e Samba da benção.

Em 1999, também sai a belíssima coletânea MEUS PRIMEIROS PASSOS E COMPASSOS, pelo selo Revivendo, que tem as primeiras músicas do Tom Jobim, com vários intérpretes.

As músicas do Cd são: Incerteza, com Mauricy Moura, que é a primeira gravação de uma música do Tom, que a fez em parceria com Newton Mendonça, Pensando em você, a primeira música que o Tom compôs sozinho e Faz uma semana, as duas com Ernani Filho, Solidão, com Nora Ney, Outra vez, com Dick Farney, numa gravação bem diferente feita pela Elizeth Cardoso e pelo João Gilberto, Teresa da Praia, na antológica gravação do Dick Farney e do Lúcio Alves, toda a maravilhosa Sinfonia do Rio de Janeiro, com vários cantores expetaculares, como Os Cariocas, Dick Farney, Elizeth Cardoso, Lúcio Alves, Nora Ney, Dóris Monteiro e Jorge Goulart, O que vai ser de mim, com Nora Ney, Se é por falta de adeus e Engano, as duas com a Dóris Monteiro, Vem viver ao meu lado, com a Gilda de Barros, a bela A chuva caiu, com a Ângela Maria, música do Tom com Luís Bonfá, Teu castigo, com a Dalva de Oliveira, Samba não é brinquedo, com Dora Lopes, Foi a noite, com a Sílvia Telles, Sonho Desfeito, com Bill Far, Pé grande, com Raul de Barros, Só saudade, com a Cláudia Morena, Eu e meu amor, Mulher, sempre mulher, Lamento no morro e Se todos fossem iguais a você, essas da peça Orfeu da Conceição, cantadas pelo Roberto Paiva e no final, Luar e batucada, também cantada por Sílvia Telles.

Ainda em 1999, sai o disco HARD BOSSA, o primeiro da Joyce pela gravadora Farout Recordings. As músicas do disco são: Zoeira, Quarup, a bela Criança, Nome de guerra, a maravilhosa London Samba, que na verdade é um samba-jazz de primeirissíma qualidade, Todos os santos, Juparana, Novelo, a bem jazzística Hard Bossa e Vatapá, com citação de música de Dorival Caymmi. Todas as músicas são inéditas e da Joyce.

Em 99, ainda tem o disco do Azimuth, que se chama PIECES OF IPANEMA, as músicas do disco são Pieces of Ipanema, Brazymuth, Papa, Carambola, Tribal, Sunderly Samba, Onde anda meu amor, Brincando a fogo, Mimosa e Juntos mais uma vez.

Também em 1999, sai o disco 35 ANOS AO VIVO, um cd que é um show comemorativo dos 35 anos do Zimbo Trio, as músicas do disco são: O cavaleiro e os moinhos, de João Bosco e Aldir Blanc, Água de Beber, Lamentos, do Pixinguinha e do Vinícius de Moraes, Garota de Ipanema, um medley intitulado Tributo ao Milton, com as músicas: Ponta de Areia, Teia de renda, Fé cega, faca amolada, Nada será como antes, O que é feito de Vera, Certas canções e Maria Maria, depois ainda tem Choro para contrabaixo, A felicidade, O morro não tem vez, Negro maluco e Aquarela do Brasil.

No final de 1999, pela gravadora Trama sai o espetacular disco SAMBA RARO, do Max de Castro, filho de Wilson Simonal. O cd mistura samba, soul, bossa nova e música eletrônica. As músicas do cd são: Intro, a faixa título sensacional Samba Raro, Afrosamba, uma homenagem clara aos afrosambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes, Pra você lembrar, a melhor faixa do disco, fazendo referência a Sonho de Carnaval, do Chico Buarque, depois tem Ela disse assim, Rapadura, o samba rap Onda diferente, 1 flash, 2 bailarinas, Você e eu e Outro. Todas as músicas são do próprio Max de Castro. O cd acabaria se transformado em referência na chamada nova MPB, sendo elogiado por gente como Nelson Motta, Jorge Ben Jor e Ed Motta, que, aliás, falou que esse disco era o novo Chega de Saudade, que foi o primeiro disco de João Gilberto. O cd também acabaria fazendo sucesso no exterior, especialmente nos Eua, Japão e Inglaterra, tanto que Max foi capa da revista Time, que o chamou da "maior estrela da música brasileira dos últimos 30 anos". Pouco depois a música Pra você lembrar é remixada pelo Dj Patife e vira um dos maiores sucessos nas pistas européias e japonesas.

Estamos no ano 2000, a gravadora Crammed lança o que seria o "carro-chefe" de sua gravadora: o espetacular álbum TANTO TEMPO, da Bebel Gilberto. No seu primeiro disco solo, Bebel reinventa o som clássico da Bossa Nova com a luz cool do novo século. O cd é produzido pelo iugoslávio radicado no Brasil Suba, que acabaria falecendo pouco antes de o disco ficar pronto. No cd, Bebel mistura alguns clássicos da Bossa Nova, com músicas próprias e o resultado ficou espetacular.

As músicas do disco são: uma versão bem cool e lounge music de Samba da Benção, a belíssima e sombria August Day Song, da própria Bebel com participação da cantora Nina Miranda, a bossa de Tanto Tempo, também da Bebel, a mais animada Sem Contenção, também da Bebel, com a percursão de João Parahyba, um mestre do Samba-Rock, a clássica Mais Feliz, da Bebel, com o Cazuza e o Dé, Alguém, também dela, a mais eletrônica do disco, o clássico Summer Samba, a versão em inglês de Samba de Verão, a mais carioca música do disco, Lonely, também dela, com o marido da prima dela, Carlinhos Brown na percursão e o grupo americano Thievery Corporation, a maravilhosa Bananeira, a melhor gravação do disco com participação especial do mestre João Donato, Samba e Amor, do titio Chico Buarque, com o Celso Fonseca no violão e a maravilhosa e surpreendente Close Your Eyes, também dela, com letra em inglês e português. É um dos melhores discos que saiu no mundo nos últimos anos e fez com que ela virasse estrela mundial e saísse da sombra do pai João Gilberto. O disco acabou vendendo mais de 1 milhão de cópias no mundo todo.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

6 - A Bossa Nova conquista a Europa - 3 ª Parte


3ª parte

Também em 1995, Baden Powell grava seu LIVE IN MONTREUX JAZZ FESTIVAL. As músicas desse disco são: Apresentação, Vento vadio, Na baixa do sapateiro, Samba do avião, Samba novo, Naquele tempo, Manhã de carnaval, Jongo, Garota de Ipanema, Astronauta, A lagoa de Abaeté, Asa branca, Falsete e Samba da minha terra.

Ainda em 1995, sai o fabuloso disco Live in the mojo cub, da Joyce, um disco que a Joyce lançou ao vivo na cidade alemã de Hamburgo. As músicas desse disco são: a bela Povo das estrelas, só da Joyce, Samba de mulher, da Joyce e da Lea Freire, depois tem Samba de gago, Nacional Kid, a maravilhosaSom do planeta, um medley maravilhoso com Suíte Baracumbara e Banana, as duas também só da Joyce, Berimbau, um poema do Manuel Bandeira que a Joyce musicou, Sambari, também só da Joyce, a belíssima Caymmis, da Joyce e do Paulo César Pinheiro, com citação de O mar, de Dorival Caymmi, depois tem a também maravilhosa Fã da Bahia, depois tem o super clássico Aldeia de Ogum e finalizando o disco tem a espetacular Taxi driver.

Em 1996 tem a volta da banda de soul music brasileira dos anos 70, Azimuth. Eles foram descobertos por Marcos Valle na década de 70, chegando a fazer um grande sucesso com a música Linha do horizonte, mas tinham sumido e resolveram voltar lançando o disco CARNIVAL, as músicas do Cd são: Jazz Carnival, A queima roupa, Face da conta, Calma, Esperando minha vez, Tudo que você podia ser, Prefácio, Tempos atrás, Ausgang e Quem com quem.

Também em 1996, sai o disco BADEN POWELL À PARIS, que ele grava em Paris. O cd é um disco duplo, as músicas do cd são: Disco 1 - Variações Afro-brasileiras, Samba do avião, Imagens Nordeste-Brasil, Samba triste, Se todos fossem iguais a você, Prelúdio n.º 1, A Lagoa de Abaeté, Asa branca e Marcha escocesa. Disco 2 - Garota de Ipanema, Aos pés da cruz, Samba novo, Valsa n.º 1, Tributo ao amigo Pedro Santos, Oriental, Samba da minha terra, Samba capoeira e Coisa n.º 1.

Em 1997, sai o disco MISTURADA 2, com os remixes de vários DJs do disco do Azimuth, lançado um ano antes.


Também em 1997, sai o disco TARDES CARIOCAS, da Joyce, pela gravadora Farout Recordings, na verdade este disco é a versão em Cd do mesmo disco que saiu na década de 70 e era vendido por 200 libras na Inglaterra. As músicas do disco são: Barracumbarra, a maravilhosa Tardes cariocas, a bela Duas ou três coisas, Luz do chão, Curiosa, Nuvem, Nacional Kid, Ela e Suor. Esse disco até hoje é um dos mais procurados da Joyce no mundo inteiro.

Falando na Joyce, nesse mesmo ano, na Inglaterra sai a belíssima coletânea THE ESSENCIAL JOYCE, com várias músicas de sucesso que a Joyce gravou, dela e de outros compositores sensacionais. As músicas do disco são: Caqui, Nada será como antes, de Milton Nascimento, Adeus Maria Fulô, um clássico do baião, The man from the avenue, História do samba, Joya, a peróla inaugural do samba Pelo telefone, do saudoso Donga, Pede passagem, Acorda amor, Viola fora de moda, Passarinho, a sua clássica Clareana, em homenagens as filhas, a maravilhosa Aldeia de Ogum, também sua, a belíssima Banana, o manifesto feminista da explendorosa Feminina, talvez a sua música mais famosa mundo afora, Mágica, Samba de gago, Beira rio, um medley com Doçura forte e Água e luz, Baracumbara, Curioso, a explendorosa Fã da Bahia, que faz muito sucesso no Japão e no final Rodando a baiana. Uma homenagem mais do que justa a uma mulher que ainda no final dos anos 60, ousou ser uma compositora de música brasileira num mundo extremamente machista, que com seu enorme talento conquistou seu mercado mundo afora, especialmente no Japão, na Europa e nos EUA.

Também em 97, sai a coletânea QUANTIN, com vários artistas tocando música brasileira. As músicas do Cd são: Obnoxious, Chão vermelho, Wave, Só tinha de ser com você, Reza brava, Apocalipse, Dindi, Children, Bonita, As incríveis peripécias de Danilo, Vocês querem mate, Ginger bread boy, Quarenta graus a sombra, Sombra morta, Memória e Ao amigo Quantin.

Em 1998, sai mais um disco do Azimuth, chamado de WOODLAND WARRIOR, as músicas do Cd são: Amazon adventures, The quest, Laranjeiras, Sinto muito, Woodland warrior, Festa nativa, That`s today, Xingo, Ah! Você não sabe e Cahmeleon.

Ainda em 98, sai o belíssimo disco só de músicas inéditas NOVA BOSSA NOVA, de Marcos Valle, com a participação da cantora Patrícia Alvi. É uma bela volta de Marcos Valle que havia mais de 10 anos que não gravava, mas ao contrário dos anos 80, que ele parecia que estava em decadência, que no máximo conseguiu fazer o sucesso disco-funk Estrelar, faz um disco que resgata a integração do soul e do funk na sua obra, influências que já faziam parte de sua música nos anos 70, quando viveu nos EUA. O disco começa com a instrumental Novo visual, que já começa mostrando a que Marcos Valle veio, depois tem a faixa Abandono, uma música com jeito de funk, cantada brilhantemente pelo próprio Marcos, Cidade aberta, cantada pela Patrícia, numa faixa que lembra Moacir Santos, um dos ídolos de Marcos, misturando ritmos eletrônicos com ritmos nordestinos, tem Bahia blue, uma bela faixa instrumental, também misturando música eletrônica com música nordestina, tem Frei aerodinâmico, também instrumental, num samba-house delicioso, tem Moshi moshi, uma bossa simples feita para o mercado japonês, tem a bela faixa título Nova Bossa Nova, um samba soul maravilhoso, tem a instrumental Nordeste, a mais Moacir Santos do disco, tem a sensacional Bar inglês, a melhor faixa instrumental do disco, que tem o clima mais inglês do cd, e tem Vontade de rever você, a melhor música do disco, cantada pela maravilhosa Patrícia Alvi, numa "bossa nova lounge" sensacional, feita em parceria com o irmão Paulo Sérgio Valle e o músico americano de funk Leon Ware, numa faixa enorme, que pára a música, fica um tempo sem tocar nada e volta num sensacional, secreto e surpreendente Drum`n`Bass fechando o disco. Com esse álbum, fica provado pelas pistas de danças européias quem é o mestre.

Ainda em 1998, sai o disco FRIENDS FROM RIO 2, que tem as músicas: Escravos do Jó, Dona Cora, Geraldofla, Bengele, Lance livre, Vera cruz, Super legal, Sob o mar, Zona sul, Começo da festa, Cravo e canela, Mistério no armazém 24 e O circo.

Também em 1998, sai o disco BRAZILIAN LOVE AFFAIR, que é uma coletânea. As músicas do disco são: Tudo que você podia ser, Prefácio, essas duas com Azimuth, Super Legal, com Aricia Mess, Para Lennon e Macartney, com Clareace, Bebe, com Friends from Rio, Magica, da Joyce, Os grilos, do Marcos Valle, Francisco Cat, com Célia Vaz, Batmacumba, com Ile Aye, Apocalipse, com José Mauro, Duas ou três coisas, Nacional Kid, as duas com a Joyce, Nova Bossa Nova, com Marcos Valle, Aoyama Sam e É ruim, estas duas últimas com Grupo Batuque.

Ainda em 98, sai o disco MISTURADA 3, com os remixes das músicas do segundo disco do Azimuth.

Em 1997, direto do Rio de Janeiro surge o projeto Bossacucanova. Tudo começou nos estúdios da Albatroz, gravadora do Roberto Menescal, onde o filho dele, Márcio Menescal, Alexandre e o dj Marcelinho Da Lua eram técnicos de estúdio e cuidavam da gravação de discos de nomes célebres da bossa, como o próprio Roberto Menescal, Os Cariocas, Carlos Lyra e Wanda Sá. "A gente adorava aquelas músicas, mas também ouvia funk, hip hop e acid jazz.", conta Márcio.

Um dia, veio a idéia de fazer um remix de uma gravação de Só Danço Samba, dos Cariocas, depois acabaram fazendo com outras gravações até fazerem um disco chamado BOSSACUCANOVA VOL. 1: REVISTED CLASSICS, que saiu sem grandes repercussões em 97. As músicas do disco são: Berimbau, com Os Cariocas, Influência do jazz, com Carlos Lyra, Vai de vez, com a Astrid, Meditação, com a Wanda Sá, Maria moita, também com Carlos Lyra, Se todos fossem iguais a você, com a Cris Dellano, Só danço samba, com Os Cariocas, Samba de uma nota só, com a Cláudia Telles, Consolação, com o Sílvio César, uma gravação explendorosa de O barquinho, com Roberto Menescal e Batidas grátis um remix de uma música de Da Lua.

As coisas começaram a acontecer em 1998, quando o rapper Marcelo D2, do Planet Hemp, foi à Nova York mixar seu disco solo (Eu Tiro é Onda), e mostrou o BOSSACUCANOVA VOL.1: REVISITED CLASSICS para o produtor Béco Dranoff, da Red Hot Organization - ele ficou fascinado e resolveu que aquele seria o primeiro lançamento de seu selo, Ziriguiboom. No mesmo ano, Da Lua foi à França, discotecar no festival Transmusicales e levou a tiracolo Alexandre e Márcio - lá, eles deram entrevistas que divulgaram o disco na Europa e distribuíram entre os DJs alguns vinis do BCN (que foram lançados pela belga Crammed, do qual a Ziriguiboom é o selo de música brasileira).

Resultado: em 1999, o Bossacucanova foi convidado pela Six Degrees (subsidiária da Crammed nos Estados Unidos) para uma turnê de discotecagem pelo país e pelo Canadá, ao lado do projeto eletrônico Banco de Gaia e o DJ Cheb I Sabbah. "Foram 25 dias e 10 vôos", conta Da Lua. No meio dessa grande viagem promocional, eles acabaram sendo intimados a fazer um ao vivo numa rádio na Califórnia, a KCRW, no programa Morning Becomes Eclectic. "Disseram para a gente inventar alguma coisa", diverte-se Márcio, que logo pegou um baixo. Com Alexandre nos teclados, Marcelinho nas pick-ups (atacando também como rapper, de improviso) e alguns músicos convidados na percussão e guitarra, o Bossacucanova não só deu conta do recado como ainda deixou os executivos da Six Degrees salivando.

A música do primeiro disco do Bossacucanova, que fez mais sucesso foi O barquinho, que logo virou hit nas pistas de danças européias, outra música que fez bastante sucesso foi Maria Moita, que acabou servindo como propaganda em uma empresa telefônica na Espanha.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

6 - A Bossa Nova conquista a Europa - 2ª parte



2ª parte

Em 1986, foi à vez de João Gilberto, gravar seu LIVE IN MONTREUX, que foi um álbum duplo. As músicas dos discos são: Disco 1 - Tim tim por tim tim, Preconceito, Sem compromisso, Menino do rio, Retrato em branco e preto, Para que discutir com madame, Garota de Ipanema, Desafinado e O pato. Disco 2 - a maravilhosa Adeus América, Estate, Morena boca de ouro, uma gravação bem emocionante de A felicidade, Sandália de Prata e Aquarela do Brasil. Mais um disco espetacular na lista do João, mas quando o João foi ouvir o cd da versão brasileira pra esse disco achou uma vergonha, em comparação com a edição americana. Quando saiu em cd, só ficou um álbum simples.

Em 1989, saiu um LIVE IN MONTREUX duplo especial com o primeiro uma homenagem a Nesuhi, com vários nomes americanos e o segundo com vários nomes da música brasileira que participaram do festival de Montreux de 1979 até 1989. O primeiro disco foi TRIBUTE TO NESUHI, o segundo foi BRAZILIAN NIGTHS, as músicas desse segundo disco foram: Ponta de areia, com Milton Nascimento, Dindi, com a Gal Costa, Bilhete/Começar de novo, com Ivan Lins, Águas de Março, com Tom Jobim, Gota d`agua, com Chico Buarque, Chega de saudade, com João Gilberto, Miragem, com Djavan, Asa branca, com Elis Regina e Hermeto Pascoal, Choro, com Gilberto Gil, Tanto amar, com Ney Matogrosso, O corsário, com João Bosco, Saudade da Bahia/Sampa, com Caetano Veloso e Santa Clara clareou/Zazueira, com Jorge Ben.

Ainda assim a Bossa Nova passou a ser relegada ao segundo plano pela Europa até o final dos anos 80, quando saiu na Inglaterra o disco duplo: THE ESSENCIAL MARCOS VALLE, uma coletânea com os maiores sucessos de Marcos Valle. As músicas do disco são: Cd 1 - Mentira, Mustang Cor de Sangue, Malena, Pista 2, Não tem nada não, Não tem nada não (instrumental), Freio aerodinâmico, Próton Elétron Neutron, Viagem, Terra de Ninguém, Ele e ela, Vem, Samba de Verão e Democustico. Cd 2 - Os grilos, que acabou sendo a música dele que mais fez sucesso nas pistas européias, Tião branco forte, Previsão do tempo, Mentira Carioca, Seu encanto, Gente, Com mais de 30, Garra, Deus brasileiro, Amor de nada, Morte de um deus de sal, Wanda Vidal, Revolução Orgânica, Batucada surgiu e Azimuth. Com esse disco, vários DJs londrinos conheceram e se interessaram pela Bossa Nova, com isso houve uma corrida de vários DJs para o Brasil em busca de vinis raros de música brasileira dos anos 60 e 70, especialmente do Marcos Valle, da Joyce e do Walter Wanderley. Os ingleses viam ao Brasil pegaram os sebos dos vinis, aí os japoneses, que não são bobos transformavam em CDs que só existe no Japão e vendem a um preço muito alto. Com isso tudo mostra a falta de respeito com que a Bossa Nova é tratada no Brasil, sendo que as gravadoras jogavam fora os sebos, e como ela é respeitada no resto do mundo.

Tudo começou nos clubes de Jazz londrinos do circuito underground como o Wag e Dingwalls. A combinação do samba com o jazz parecia algo tão novo e excitante que logo surgia uma legião de admiradores do estilo.

Com isso, a Bossa Nova começou a fazer sucesso nas pistas de dança européias e surgiu, como que os ingleses chamaram a "New Bossa" ou "Drum`n Bossa". Na verdade a expressão “New Bossa” surgiu ainda na segunda metade dos anos 80, na Inglaterra onde vários nomes do pop inglês foram influenciados pela Bossa Nova como: Everithing but the girl, Stereolab, David Byrne e outros.

Enquanto Marcos Valle e Joyce faziam um grande sucesso na Inglaterra, aqui no Brasil estavam cada vez mais longe da mídia. No início dos anos 90, eles ganharam status de cult na cena jazz e dance e seus velhos álbuns brasileiros passavam de mão em mão por algumas centenas de libras. O show de Joyce no Fridge, em Londres, no inverno de 93, foi um marco. Numa noite fria e úmida do inverno inglês, dois mil jovens londrinos compareceram para ouvir o doce som da guitarra e da voz de Joyce. A Joyce até se assustou, porque no meio da platéia tinha gente de piercing na língua, de cabelo pintado de verde, entre outras coisas. Nesse mesmo ano a música Aldeia de Ogum da Joyce explode nas pistas de danças londrinas.

De fato, foi Joyce quem deixou Marcos a par do movimento. Ele lembra que: "Joyce me contou o que estava acontecendo com nossa música na Europa, em 93. Eu ouvia falar, mas nada sabia a respeito. Somente depois de fazer algumas apresentações no Jazz Café de Londres, em 96, comecei realmente a me dar conta. Isso me motivou a querer gravar novamente, voltar a trabalhar com minha música."

Em 1992, sai na Suíca, o disco LIVE IN SWITZERLAND, do Baden Powell, as músicas do disco são: Vento vadio, O astronauta, Valsa de Eurídice, Petite valse, Adelita, Jeux interdits, Astúrias, Chora violão, Naquele tempo, um medley com: Retrato brasileiro, A jangada voltou só, Cantiga de roda, Hino do Flamengo, Hino nacional brasileiro e Carinhoso, depois ainda tem: Jongo, Falseta, Coisa n.º 1 e Tributo ao nordeste/Asa branca.

Também em 1992, sai na Alemanha o disco THE FRANKFURT OPERA CONCERT, do Baden Powell. As músicas do disco são: Valsa de Eurídicie, Prelúdio, Asa branca, A lenda do Abaeté, Se todos fossem iguais a você, Samba triste, Petite valse, Imagens, Pescador, Valse n.º 1, Berceuse, Canto de Ossanha, Coisa n.º 1 e Marcha escocesa.

Em 1994, sai em Paris o disco DE RIO À PARIS, do mestre Baden Powell. As músicas desse disco são: Mesa redonda, Samba novo, Pra que chorar, Tributo ao professor Meira, Overture afro-brasileiras n.º 2, Vou deitar e rolar, Sermão, Asa delta, Sentimentos brasileiros, El dia que me queiras e Um carioca portenho.

No ano de 1994, Tom Jobim, em viagem a Londres, conheceu os produtores Béco Dranoff, Paul Heck e John Carlin, da Red Hot, uma organização inglesa, que arrecada fundos em benefício da AIDS. Eles acabaram acertando um projeto de se fazer um disco só de música brasileira, Tom imediatamente os encorajou a prosseguir, autorizando o uso de suas composições, antes de seu inesperado falecimento em dezembro de 94. Depois a Red Hot, procurou o feedback de vários artistas - brasileiros e internacionais - para confirmar o felling sobre a relevância atual da música brasileira. Surge então em 1996, o belíssimo disco RED HOT + RIO, que se tornou uma verdadeira colaboração onde os artistas escolheram as canções e recriam-nas nos mais variados estilos. O Cd foi criado como um tributo informal à beleza e à influência internacional da MPB, desde a Bossa Nova e ao Tropicalismo até hoje. As músicas do Cd são: Desafinado, cantado em português pela Astrud Gilberto, ex-mulher de João Gilberto e por George Michael (!), Corcovado, também cantada em português pelo grupo inglês Everithing but the girl, num clima bem inglês, o francês Cesária Évora, o brasileiro Caetano Veloso e o japonês Ryuichi Sakamoto arrasam em É preciso perdoar, o cantor Maxwell, canta a música em inglês Segurança, tem Águas de Março, cantada com trechos em português pela maravilhosa Marisa Monte e com trechos em inglês pelo David Byrne, numa das melhores gravações do disco, tem Water to drink, cantada por Incógnito e Anna Caram, numa versão funk, tem Gilberto Gil cantando em português e em inglês sua Refazenda, tem Money Mark tocando Use your head, tem PM Dawn, Flora Purim e Airto, cantando Non-fiction burning, a música mais inglesa do disco, tem os brasileiros do Funk`lata, detonando em Sambadrome, tem Crystal Waters, transformando The girl from Ipanema num "Samba-house", tem Mad Professor, tocando Black Orpheus Dub, tem os brasileiros Chico Sciense e a Nação Zumbi cantando a fenomenal Maracatu Atômico, com remix do DJ londrino Soul Slinger, com citação de Aquele abraço, do Gilberto Gil, tem o grupo inglês Stereolab e o americano Herbie Mann, num medley de One note samba/Surfboard, tem Milton Nascimento tocando sua Dancing, numa gravação que lembra muito Moacir Santos, um dos ídolos do Milton, tem o Tom Jobim e o Sting, na já antológica versão de How Insensitive e fechando um disco a belíssima e rara gravação de Preciso dizer que te amo, com o Cazuza e a Bebel Gilberto. Realmente é um Cd espetacular com o melhor da música brasileira com a música eletrônica.

Um ano antes, em 1995, surge a gravadora britânica Far Out Recordings, uma gravadora com a proposta de música brasileira, especialmente a Bossa Nova, e música eletrônica.

O primeiro disco dessa gravadora é FRIENDS FROM RIO VOLUME ONE, as músicas do Cd são: Batucada, com Mingo Araújo, Casa forte, com Edu Lobo, Para Lennon e MacCartney, com Lô Borges e Fernando Brant, Francisco Cat, com Célia Vaz, Maracatudo, Os Grilos, com Marcos Valle, Bebe, com Hermeto Pascoal, Batunk, com Paulo Meirelles e Aquelas coisas todas, com Toninho Horta.

No mesmo ano de 1995, sai o disco MISTURADA, com todas as músicas do disco anterior, mas com remixagens de vários DJs brasileiros e ingleses.