sábado, 26 de abril de 2008

7 - A Bossa Nova hoje - 2ª parte



2ª parte

Ainda no ano 2000, sai o aguardado disco JOÃO, VOZ E VIOLÃO, do João Gilberto. Tinha nove anos que ele não lançava um disco em estúdio. O disco foi dirigido por Caetano Veloso. A capa do disco mostra o rosto da atriz Camila Pitanga fazendo sinal de silêncio para uma platéia imaginária. Podia ser um recado aos jecas novos-ricos que, em 1999, o vaiaram no Credicard Hall, em São Paulo, e para quem ele mostrou a língua e cantou Vaia de bêbado não vale, num show ao lado de Caetano Veloso. Esse disco recebeu muitas críticas aqui no Brasil, por ser mais um disco de banquinho e violão do João Gilberto, ter mais uma vez gravações de músicas como Chega de saudade e Desafinado, e especialmente sua voz falhar em algumas faixas, coisa que parecia impossível. Mas nesse disco foi o primeiro disco de estúdio nesse formato – só João e o violão, sem orquestra. Também ninguém acusava Frank Sinatra de gravar pela milésima vez Night and day, porque acusam o João de regravar Chega de saudade e Desafinado? Ainda porque mais de uma geração inteira, não tinha ouvido a gravação original dessas músicas. Por coincidência, esse disco que recebeu várias críticas no Brasil, recebeu o Grammy de World Music, nos Estados Unidos, fazendo com que o João ganhasse seu sétimo Grammy, recorde no Brasil. As faixas desse belo disco são: a bela Desde que o samba é samba, de Caetano Veloso, sendo a primeira gravação do João dessa música, a maravilhosa Você vai ver, música do Tom, que também o João não tinha gravado, o bolero Eclipse, de Lecuona, a rara Não vou pra casa, de Antonio Almeida, a eterna Desafinado, a bela Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, a maravilhosa Coração vagabundo, de Caetano Veloso, a também bela Da cor do pecado, clássico de Bororó, a bela Segredo, de Herivelto Martins e Marino Pinto e no final mais uma gravação de Chega de saudade. Como disse Caetano Veloso: “Melhor do que isso só mesmo o silêncio, melhor do que o silêncio só João.”

Também em 2000, sai o belo disco WANDA SÁ & BOSSA TRÊS, com o lendário grupo Bossa Três e a cantora Wanda Sá. O cd é primeiro lançado para o mercado japonês e depois chega ao Brasil. O cd privilegia mais algumas canções raras da Bossa Nova, mas têm alguns clássicos também. As músicas do cd são: Errinho à toa, da dupla Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli, Deixa a nega gingar, de Luiz Cláudio de Castro, Casa forte, do Edu Lobo, um medley, com Se é tarde me perdoa, de Carlos Lyra, Pra machucar meu coração, de Ary Barroso e Palpite Infeliz, de Noel Rosa, depois tem a maravilhosa Brisa do mar, de João Donato, Light my fire, da banda de rock The Doors, a mais surpreendente do disco, que foi uma espécie de agradecimento, já que o baixista do The Doors já declarou várias vezes que as músicas da banda foram inspiradas na Bossa Nova, Pode ir, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, uma versão funk de Zazueira, de Jorge Ben Jor, um medley com Moonlight, de John Willians e com Garota de Ipanema (de novo!), um outro medley com as belas Estrada do sol e Foi a noite, Amor até o fim, do Gilberto Gil, Canção que morre no ar, também de Carlos Lyra, Zanga, zangada, também do Edu Lobo e no final um medley com as sensacionais Two kites, Fotografia e Eu preciso de você, todas do nosso maestro soberano Antônio Carlos Jobim. Esse disco também marca a despedida do fantástico contrabaixista Tião Neto, morto em 2001 e do pianista Luiz Carlos Vinhas, morto em 2002.

Também em 2000, sai pela Trama o também belo disco PROJETO ARTISTAS REUNIDOS, um disco ao vivo que reúne o chamado projeto artistas reunidos, que reúne: Max de Castro e Wilson Simoninha, filhos de Wilson Simonal, Pedro Mariano, filho de Elis Regina e César Camargo Mariano, Jairzinho Oliveira e Luciana Mello, filhos de Jair Rodrigues, e Daniel Carlomagno, o úníco sem ascendência na MPB. O disco é como um "abre-alas" para essa turma, que veio sacudir a música brasileira, com um pé na música dos pais nos anos 60 e 70, e com o outro no século XXI. As músicas do disco são: um medley, que mistura Aqui nesse pedaço, do Daniel, do Simoninha e de Jairzinho, Samba da minha terra, de Dorival Caymmi, Qual mentira vou acreditar, de Mano Brown, Samba de uma nota só, do Tom e do Newton Mendonça, De noite na cama, de Caetano Veloso, Você não entende nada, também de Caetano e Zazueira, de Jorge Ben Jor, depois ainda tem a sensacional Simples desejo, do Daniel e do Jairzinho, Mais um caso, só do Daniel, Histórias complicadas, de Max de Castro, Disritmia, do Jairzinho, Só chamar, do Daniel, do Pedro e do Jairzinho, Tributo a Marthin Luther King, do Wilson Simonal e de Ronaldo Boscoli, Calados, do Jairzinho, Pedra sobre pedra, do Daniel, Tropical melancolia, do Max de Castro, Morena paulista, do Jairzinho, Livre para viver, do Cláudio Zoli e Bebete Vãobora, de Jorge Ben Jor. Realmente essa turma mostrou que veio para ficar.

Também em 2000, sai o primeiro disco de Wilson Simoninha, também pela Trama, chamado de VOLUME 2, as músicas do disco são: Vinheta, Mas que nada (com uma vinheta da primeira gravação dessa música), Bebete Vãobora, cantada com o Jairzinho, que coloca um rap no meio da música, É isso que dá, do Jairzinho, Música romântica, do Max de Castro, com participação do Pedro Mariano, Agosto, também do Max, a clássica Nanã, misturada com um rap maravilhoso feito pelo Camorra, Aquele Gol, do próprio Simoninha, que é um "baião eletrônico", a bela Lua clara, também do Simoninha, Ter você, do Daniel Carlomagno, Vou buscar, Orgulho, as duas também do Simoninha, Flor do futuro, de Cláudio Zoli e a sensacional Eu e a brisa, de Johnny Alf.

No dia 26 de junho de 2000, morre o grande cantor Wilson Simonal, ele já estava doente e não resistiu. Ele que acabou morrendo meio que no ostracismo, conseguiu acompanhar pelo menos um pouco do sucesso de seus filhos Max de Castro e Wilson Simoninha. Realmente vai ficar na memória por seu jeito todo suingado de cantar que deu início a chamada pilantragem.

Ainda em 2000, sai também pela Trama o sensacional disco LEMBRANÇAS, do mestre do violão Baden Powell. As músicas do disco são: As pastorinhas, de Noel Rosa, Inquietação, de Ary Barroso, Molambo, de Jayme Florence, Falei e disse, do próprio Baden, com o Paulo Cesár Pinheiro, Dora, de Dorival Caymmi, Linda flor, de Henrique Vogeler (que é o primeiro samba-canção), Maria, também de Ary Barroso, Minha palhoça, de J. Cascata, Branca, de Zequinha de Abreu, Mágoas de cabloco, também de J. Cascata e O astronauta, do próprio Baden com o Vinícius de Moraes.

O cd acabaria sendo histórico, pois Baden Powell morreria alguns meses depois, no dia 26 de setembro de 2000. Foi uma perda enorme para a música brasileira e mundial, pois não tinha ninguém que tocava um violão como Baden.

Também no ano 2000, a cantora Claudette Soares lança o disco: CLAUDETTE SOARES AO VIVO, mostrando músicas de várias fases na sua carreira, não sendo só de Bossa Nova. O disco também tem várias participações, as músicas do disco são: De tanto amor, Teletema/Ao redor/Meia volta/Juliana, Lágrimas por dentro, um pout-porri envolvendo: Registro, Ao amigo Tom e De palavra em palavra, com o Roberto Menescal, depois tem A volta, Bom tempo, Autonomia, Primavera, Hoje, Coisas, Razão de viver/Tristeza de nós dois, Como é grande meu amor por você, Fotografia/Demais, com a Cláudia Telles, Eu gosto mais do Rio, O que é amar, O cravo brigou com a rosa/Que maravilha, com o Jorge Ben Jor, Mundo novo, vida nova, Acontece, Tudo se transformou, Se eu pudesse dizer que te amei, Quando eu errei, Cenário e Jogando conversa dentro.

Em 2000, também sai o novo disco do Azimuth, chamado BEFORE WE FORGET, as músicas do disco são: Equipe 68, Antes que esqueça, Folgada, Rosaile, Araruama, Raspa do tacho, Castelo, Valsa for US, Tropical rain, Tempos do Paraná, Antes que esqueça/Organ Prelude e Castelo.

Também em 2000, sai nos EUA o sensacional disco AMAZONAS, do João Donato. As músicas do cd são: Sambolero, Amazonas, Glass beads, Aquarius, Alegria para contar, Mentiras, Sugar cane breeze, Coisas distantes, A rã, Like nanai, Everyday, Brisa do mar, Tardes de verão, Os caminhos, Fim de sonho, O fundo, Café com pão e Bananeira.

Também o ano 2000 foi o ano de relembrar os 20 anos da morte do poetinha Vinícius de Moraes e saem dois discos maravilhosos. O primeiro deles foi A ARTE DO ENCONTRO, juntando o MPB-4 e o Quarteto em Cy. As músicas do disco são: Samba pra Vinícius, Minha namorada/Primavera, Chega de saudade, Berimbau/Canto de Ossanha, Samba em prelúdio/Apelo, Lamento no morro/Anoiteceu, Odeon, Samba do carioca/Sabe você, Mais um adeus/Regra três/Samba da volta, Arrastão, Garota de Ipanema, Se todos fossem iguais a você/Eu sei que vou te amar, o medley chamado suíte esperança com as músicas: Tempo feliz/A felicidade/Marcha da Quarta-feira de Cinzas/Deixa/Frevo do Orfeu, que é o melhor momento do disco e no final 20 anos depois de morto, Vinícius de Moraes volta a se intitular "o branco mais preto do Brasil" no Samba da benção.

O segundo foi o espetacular TOM CANTA VINÍCIUS, o disco saiu de um show ao vivo que o Tom Jobim fez ao lado da sua Nova Banda em 1990, na época para relembrar os 10 anos da morte de Vinícius de Moraes. O cd é realmente maravilhoso e as músicas do disco são: Soneto da separação, Valsa de Eurídice, só do Vinícius, tirada do Orfeu da Conceição, a bela Seranata do adeus, também só do Vinícius, Medo de amar, também só do Vinícius, essas duas tiradas do disco CANÇÃO DO AMOR DEMAISdepois tem a clássica Insensatez, numa interpretação maravilhosa, Poética, um poema do Vinícius declamado pelo Tom, Eu não existo sem você, Derradeira Primavera, Modinha, cantada pelo Danilo Caymmi, a clássica Eu sei que vou te amar, um medley com a belíssima Carta ao Tom, do Toquinho e do Vinícius e Carta do Tom, que é a resposta do Tom, a sempre emocionante A felicidade, cantada pelo Danilo Caymmi, Você e eu, Samba do carioca, as duas o Vinícius fez com Carlos Lyra, Ela é carioca, uma versão meio japonesa de Garota de Ipanema, com direito a um “arigatô” do Tom, e no final "uma valsinha com sabor meio parisiense" como disse o Tom, que é a maravilhosa Pela luz dos olhos teus. No show, Tom também fala um versinho que fez para Vinícius: "Meu Vinícius de Moraes, não consigo te esquecer. Quanto mais o tempo passa, mais me lembro de você. Cadê meu poetinha? Cadê minha letra, cadê? Morro nesse piano de saudades de você."

Também em 2000, aqui no Brasil sai três discos que fazem homenagem conjunta a dois mestres: Gershwin e Tom Jobim. O primeiro deles é PARA GERSHWIN E JOBIM, de Mário Adnet. As músicas desse disco são: I got rhythm, do Gershwin, A american no samba, do próprio Mário, Desafinado, em português e inglês, a bela Jobim in heaven, Chorojazz, as duas também de Mário, a maravilhosa e clássica Love is here to stay, também do Gershwin, Pedra bonita, Antônia, as duas também do Mário, a clássica Tico tico no fubá, de Zequinha de Abreu, Song of Isabella, Planeta azul e Trote da raposa, as três também do Mário. O cd também tem participação de Joana Adnet, filha do Mário.

O segundo deles é o cd: PAULO MOURA VISITA GERSHWIN E JOBIM, do Paulo Moura. Esse foi um cd ao vivo. As músicas desse disco são: um pot-pourri espetacular que reúne: Rapsody in blue, Samba do Avião, Só danço samba e I got rhythm, depois tem Surfboard, Água de beber, Falando de amor, Prelúdio II, Lady be good, I've got plent o'nuttin, The man I Love, Embraceable you, a clássica Summertime e no final um pot-pourri também sensacional só com músicas do Tom: Esse seu olhar, Eu sei que vou te amar, Eu não existo sem você e Se todos fossem iguais a você.

E o terceiro cd é: PARA GERSHWIN E JOBIM 2 KITES, também do Mário Adnet, que serve como continuação do seu disco anterior. As músicas do disco são: um medley que junta as clássicas e belas: Rapsody in blue e Samba do Avião, depois tem a sensacional Surfboard, Na mesma direção, do próprio Mário, But not for me, cantando ao lado da filha Joana, a também sensacional Chansong, cantando ao lado do filho do Tom Paulo Jobim, Bate boca, Someone to watch obver me, também cantando ao lado da filha, a também sensacional Two kites, Desafinada, também do Mário, cantando ao lado da Joyce, com referências ao clássico Desafinado, do Tom e do Newton, Fascinating rhythm, que o Tom gravou no seu disco PASSARIM, Acho que vai ficar bom, também do Mário, a rara Valsa do porto das Caxias, do Tom e Xotistrote, também do Mário.

No final de 2000, sai para o mercado japonês, o belíssimo disco TUDO BONITO, da Joyce com o João Donato. As músicas do disco são: a sempre sensacional Bananeira, a bela Prossiga, parceria dos dois, Adolescência, a nostálgica Anos 30, o afro-samba de Canto de Yemanjá, rara e bela parceira de Baden e Vinícius com citação de música de Dorival Caymmi, o belo bolero de Drume negrita, Lamarca na gafieira, Falta de ar, do João Donato, a clássica Só tinha de ser com você, Galã tantã, a latina Sambou, sambou, do João Donato e a belíssima Tudo bonito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muita informção ao mesmo tempo,terei que ler com amis calma rsrsrsrsrsrsr

Está add aos meus favoritos aki!!!
E viva a Bossa Nova que é bonita p chuchu ^^

;**************************

Anônimo disse...

Nossa to digitando mal...Vou ao Pro Seco!!!