1ª parte
No início dos anos
Em 1985, há um reencontro maravilhoso entre Nara e Menescal, que lançam juntos o belo disco: UM CANTINHO E UM VIOLÃO. Menescal não lançava um disco há mais de 15 anos. Esse disco acabou saindo primeiro no Japão e depois no Brasil. As músicas do disco são: O negócio é amar, de Carlos Lyra e Dolores Duran, Tristeza de nós dois, Sabor a mi, Da cor do pecado, Transparências, Blusão, Resignação, Vestígios, There will be another to you, Comigo é assim, Mentiras e Inclinações musicais.
Em 1988, Nara é convidada pelos japoneses a fazer um disco de clássicos do jazz cantados em português em ritmo de Bossa Nova. O disco se chama SONHOS DOURADOS. O disco é maravilhoso e já começa com Eu gosto mais do Rio, versão em português de How about you, essa versão em português ficou ainda melhor que a original, depois tem Um sonho de verão (Moonlight serenade), Garoto levado (Lullaby of birland), Milagre (Misty), Jamais (The boy next door), Além do arco-iris (Over the rainbow), depois tem a maravilhosa versão Aqui nessa mesa de bar, do super clássico As times goes by, Coisas que lembram você (These foolishing things), Me abraça (Embraceable you) e no final Como vai você (What is new).
No mesmo ano, depois de muita insistência dos japoneses, Tom Jobim faz um show histórico aos pés no famoso Monte Fuji. Há algum tempo que os japoneses queriam um show do Tom, mas o Tom desistia porque falava: Eu não vou pra lá só por causa do dinheiro, ninguém conhece minha música. Tom estava enganado, todos conheciam as músicas dele e quando acabou o show ele foi ovacionado pelo público, Tom ficou tão emocionado que voltou mais vezes ao Japão.
Em 1989, Nara mais uma vez é convidada a lançar um disco de clássicos de jazz cantados
Também os japoneses conheceram duas cantoras brasileiras que fazem um enorme sucesso no Japão até hoje, que são a Wanda Sá e a Joyce.
No final da década de 80, uma brasileira naturalizada japonesa, acabaria sendo uma espécie de embaixatriz da música brasileira entre os japoneses: Lisa Ono. Lisa Ono é filha de japoneses e desde pequena mora no Japão.
Uma coisa difícil de explicar é o motivo dos japoneses adorarem a Bossa Nova. Talvez as melhores definições tenham sido do Tom Jobim, que disse: "Deve ser porque eles têm bom gosto", do Carlos Lyra, que disse: "Os japoneses não têm uma música popular, o que eles têm é uma música de mais de mil anos, que é uma música tribal", do Roberto Menescal que disse que "os japoneses gostavam muito do Sérgio Mendes e achavam que ele era americano, quando descobriram que ele era brasileiro passaram a adorar a música brasileira" e do compositor japonês Ryuchi Sakamoto, que disse: "É uma música muito controlada. É calma, tem piano e a paixão está toda escondida. É como um oceano, quase sem ondas, mas com muita coisa acontecendo debaixo d'água. É como o canto de João Gilberto, você pode ouvir a paixão, mas ela está escondida dentro da música. Os japoneses gostam desse controle e dessa paixão oculta."
Na década de 80, alguns discos da Nara Leão, foram gravados no Japão, mostrando aos japoneses a nossa música. Com isso, vários japoneses vieram ao Brasil em busca de vinis raros de música brasileira, especialmente Samba e Bossa Nova, aí eles levaram esses discos para o Japão e lá transformaram em CDs, que hoje só existem no Japão, a preços muito caros, especialmente da Nara Leão, do Roberto Menescal, da Joyce, da Wanda Sá, do Sérgio Mendes, da Elizeth Cardoso, do João Donato e do Moacir Santos.
Em
Ainda em 1989, Lisa Ono lança seu primeiro disco, CATUPIRY, o Cd só sai no Japão e tem só músicas feitas pela Lisa Ono. As músicas do disco são: Catupiry, O amor, o céu e o mar, Look for a Star, Saci Pererê, Piquenique em Paquetá, You`re so unique, Chega de pisar na bola, Carnaval dos meus sonhos, Moço menino, Madrugada de Quarta-feira, Lua cheia e Acalanto para Maira.
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