sexta-feira, 9 de novembro de 2007

4 - A crise da Bossa Nova no Brasil - 4ª parte


4ª parte

Em 1966 sai o disco DOIS NA BOSSA VOL. 2, também ao vivo. As músicas desse disco são: um Pout-Pourri maravilhoso com as músicas Samba de mudar, Não me diga adeus, Volta por cima, O neguinho e a senhorita, E daí, Enquanto a tristeza não vem, Carnaval, Na ginga do samba, Guarda a sandália dela e de novo Samba de mudar, depois tem a maravilhosa Canto de Ossanha, interpretada de forma brilhante pela Elis, a clássica Tristeza, cantada pelo Jair Rodrigues, Tristeza que se foi, São Salvador Bahia, Louvação, a já clássica Upa neguinho, que virou um hino na voz da Elis, um medley expetacular de Mascarada/Sonho de um carnaval, cantados pelo Jair Rodrigues, Amor até o fim e Santuário do morro.

Em 1966 no 2º festival da canção da TV Record um nome entraria para história da MPB: Chico Buarque. Ele ganharia o festival com a sua música A banda, interpretada por Nara Leão e pelo próprio Chico, empatado com Disparada, de Geraldo Vandré, cantada por Jair Rodrigues. Difícil era saber qual música era melhor, diz a lenda que A banda teria ganho por pouco, mas pra não dá problema entre as torcidas o resultado acabou ficando como empate, justo por sinal.

Chico Buarque sempre teve ligado às artes. É filho do escritor Sérgio Buarque de Holanda e desde pequeno recebia visitas de Vinícius de Moraes, que era amigo de seu pai. Chico fala que seu primeiro disco que comprou foi CANÇÃO DO AMOR DEMAIS, e desde então ficou fã da Bossa Nova, que seria sua maior influência. Apesar de ser amigo de Vinícius, Sérgio Buarque não gostou da Bossa Nova, ele gostava mesmo do samba tradicional, como Noel Rosa e Ary Barroso, outros que influenciariam o filho Chico Buarque. A primeira música de Chico a fazer sucesso foi Sonho de carnaval interpretada, brilhantemente, por Alaíde Costa em 1964. O próprio Chico fala que essa foi o marco zero da sua carreira, ainda ligado a Bossa Nova. O Chico falou anos depois que quem abriu os olhos dele pra seguir outro caminho fora da Bossa Nova foi Edu Lobo. Logo nesse ano, de 166, Chico lançaria músicas que ficariam pra sempre na memória da MPB: como A banda, Ole olá e Pedro Pedreiro.

Também em 1966, mais um disco maravilhoso: OS AFRO SAMBAS DE BADEN E VINÍCIUS, com a presença de Baden Powell, Vinícius de Moraes e o Quarteto em Cy. As músicas do disco eram: a já clássica Canto de Ossanha, Canto de Xangô, Bocochê, a bela Canto de Iemanjá, Tempo de Amor, Canto do cabloco Pedra Preta, Tristeza e Solidão e Lamento de Exu. Sem dúvida esse foi um dos melhores discos da história da música brasileira.

Em 1967, mais um disco memorável: VINÍCIUS E CAYMMI NO ZUM ZUM, com a presença de Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi e o Quarteto em Cy. As músicas do disco eram Bom dia amigo, Carta ao Tom (em sua primeira gravação), Berimbau, Tem dó de mim, Broto maroto, Minha namorada, Saudade da Bahia, História de Pescadores, Dia da Criação, Aruanda, Adalgiza e Formosa.

Também em 1967, sai o disco DOIS NA BOSSA VOL. 3, também ao vivo. As músicas do disco são: Imagem, cantada só pela Elis Regina, um Pout-Pourri de Mangueira, com as músicas Mangueira, Fala Mangueira, Exaltação à Mangueira, Mundo de zinco, Levanta Mangueira, Despedida da Mangueira e Pra machucar meu coração, depois tem O ser humano, cantada só pelo Jair Rodrigues, Cruz de cinza, cruz de sal, Serenata em teleco-teco, também cantada só pelo Jair, Manifesto, cantada só pela Elis, mais um Pout-Pourri, chamado Pout-Pourri romântico com as músicas Minha namorada, Eu sei que vou te amar, A volta e Primavera, depois tem Amor de carnaval, também cantada só pelo Jair, Marcha da Quarta-feira de Cinzas, também cantada só pela Elis e Capoeira camará, também cantada só pelo Jair. Depois disso o Fino da Bossa acaba, por falta de audiência, infelizmente.




Nenhum comentário: